segunda-feira, 21 de outubro de 2013

Brincar faz bem à saúde

Toda criança brinca. Para ter um desenvolvimento adequado de sua saúde física, emocional e intelectual, ela precisa brincar.

O brincar é indispensável para que a criança adquira um completo desenvolvimento, solte a imaginação, a criatividade. É através da brincadeira que a criança experimenta, inventa, descobre e exercita suas habilidades.

Além da motricidade, que é desenvolvida quando a criança corre, pula, sobe em árvores e manipula objetos, por exemplo, outros aspectos também se desenvolvem na brincadeira. É o caso do vocabulário, quando a criança aprende novas palavras com os jogos ou outras crianças; da diferenciação visual, ao observar semelhanças e diferenças; da percepção auditiva e tátil, com a discriminação de sons e objetos; da observação, atenção, concentração e do interesse e prazer em descobrir o mundo.

E os benefícios não param por aí. Brincando de “faz de conta” a criança simboliza, representa papéis, recria situações. Ela traz para perto de si uma situação vivida e a adapta à sua realidade e necessidade emocional.
É no “faz de conta” que a criança pode realizar atividades próprias do mundo do adulto, o que facilita seu ingresso nesse mundo futuramente.
Conforme a criança vai crescendo, começa a incluir outras pessoas em suas brincadeiras, e assim as regras surgem. Conviver (e brincar) com o outro exige que se respeitem limites.

Quando a criança aprende a respeitar as regras do jogo, o relacionamento dela com outras crianças, e mesmo com adultos, melhora, porque ela compreende que existem regras a serem seguidas na vida real, e que deve respeitar o espaço do outro.

Brincando em grupo as crianças também aprendem a dividir, a esperar a sua vez e a lidar com a frustração quando perdem.

Uma outra importância da brincadeira é que, através dela, a criança pode dar vazão aos seus desejos, conflitos e vivências. Ela se liberta de ansiedades e angústias e adquire sensações de bem estar e equilíbrio.

A participação do adulto na brincadeira é muito importante, porque eleva o interesse, enriquece e contribui para o esclarecimento de dúvidas, além de reforçar os laços afetivos.
Porém, deve ficar claro que não cabe ao adulto interromper o pensamento da criança, querer mudar as regras ou mandar na brincadeira. Sua participação é para ouvir, motivar e simplesmente para brincar.

Quando se é “gente grande”, a gente aprende a agir como os outros esperam que a gente aja. Aprende a não chorar quando se machuca, a não rir descaradamente, a se controlar. Gente grande se acostuma a não mostrar sua visão, seus sentimentos.
Em contrapartida, criança não se importa de chorar quando sente dor e rir 5 minutos depois; não se envergonha de dizer que não sabe e quer aprender, nem de conversar com boneca ou cachorro. A criança fantasia, sonha, sente, vive.

Claro que cada coisa tem seu tempo e que a mudança faz parte da vida, mas sente às vezes para brincar com uma criança. Além de estar contribuindo para uma infância saudável e feliz, certamente você irá se divertir muito e voltar a sonhar.
Então, vamos brincar?

domingo, 20 de outubro de 2013

Adeus às fraldas

Toda mãe sonha com o dia em que seu filho aprenderá a usar o vaso sanitário, mas na hora de dizer adeus às fraldas surgem muitas dúvidas: "Será que já está na hora?", "Como devo fazer?", "Existe idade certa?"

Em meio às dúvidas, muitos pais se esquecem de que esse processo é natura le acabam pressionando, fazendo da sua vontade uma necessidade da criança.

Mas esse é um momento em que não dá para apressar o passo. É preciso respeitar a individualidade e o ritmo da criança porque, do contrário, a retirada das fraldas pode ser um sufoco para toda a família, além de trazer problemas mais sérios à criança, como o medo de evacuar, constipação intestinal ou enurese.

Ao nascer, o bebê não tem nenhum controle sobre os esfíncteres (mecanismos que controlam o xixi e o cocô), ele urina e defeca involuntariamente. O controle voluntário só acontece quando ele adquire uma maior maturação neuropsicomotora, a partir dos 2 anos.

Quando a criança já estiver preparada fisicamente, passará a emitir sinais de que já está pronta para começar a se controlar. Ela pode avisar que fez xixi ou pedir para ser trocada. Aí é uma boa hora para começar o treino.

A primeira coisa a ser feita é ensinar a criança a contrair e descontrair os esfíncteres, lembrando que inicialmente ela aprenderá apenas a contrair. Nesta fase é comum que ela fique sentada no vaso sanitário e só evacue quando levantar, porque ela estava fazendo força para segurar e não para evacuar, afinal, ainda não sabe a diferença.

Uma outra habilidade que precisa ser adquirida é a de conhecer e familiarizar-se com as sensações que indicam vontade de fazer xixi e cocô, para que ela consiga perceber a tempo de chegar ao banheiro.

Na ida ao banheiro, algumas dicas costumam funcionar:

- Passar da fralda direto para o vaso é mais indicado do que usar o penico, porque assim a criança não terá que passar por duas mudanças (da fralda para o penico e deste para a privada). No entanto, não esqueça de improvisar um degrau para que ela apoie os pés e use um adaptador de assento para que ela não tenha medo de cair.

- Deixar a torneira da pia aberta ou imitar o barulhinho estimula a vontade de fazer xixi.

- Ver os pais usando o banheiro também é um bom estímulo, além de servir como modelo do que a criança tem que fazer.

- É bom deixar a criança sentada na privada por alguns minutos, então vale conversar ou contar uma história para distraí-la.

- Apontar as vantagens do uso da privada, como livrar-se das fraldas molhadas ou vestir aquela calcinha ou cueca com desenhos, também funciona

Um dado importante a ser lembrado é que a criança começa, primeiramente, a controlar os esfíncteres durante o dia (lá pelo 2º ano), e só depois (até lá pelo 4º ano) à noite. Além disso, é mais fácil começar a controlar o cocô antes do xixi, devido à sua maior regularidade e previsibilidade.

Para o controle anal, o melhor é começar levando a criança ao banheiro sempre vinte minutos após cada refeição, já que nesses horários há uma tendência natural para evacuar, e também no horário em que a criança faz cocô com mais regularidade.

Se nos primeiros dias ela não conseguir, não desanime porque o controle virá com o tempo. E quando ela conseguir, lembre-se de elogiar a conquista, além de manter o horário e a rotina para que o hábito seja fixado.

No caso do vesical, pergunte à criança a cada 3 horas se ela quer fazer xixi. Caso ela diga que "não", não force. Mas se após a resposta negativa ela fizer xixi na calça, passe a levá-la ao banheiro nesses períodos até que ela aprenda a identificar os sinais da vontade.

Treinar a criança, como se fosse uma brincadeira, a interromper o fluxo da urina durante alguns segundos cada vez que for ao banheiro também ajuda que ela aprenda a controlar a micção.

O controle noturno é um pouco mais difícil porque a criança está relaxada, então o xixi "escapa" com facilidade. Para ajudar, ofereça pouco líquido à noite e, antes de deitar, faça com que ela vá ao banheiro.

Se mesmo depois de um tempo ela continuar molhando a cama, vale acordá-la após algumas horas de sono para que ela vá ao banheiro. Com o tempo ela acostuma.

Mesmo com todos esses cuidados, se seu filho não conseguir controlar os esfíncteres, pare para avaliar. Talvez ele não esteja preparado ou você não tenha escolhido o momento apropriado. Neste caso, basta esperar e o controle virá de forma mais natural um pouco mais tarde.

Mas se você concluir que já passou da idade, aí é hora de procurar um pediatra para detectar uma possível causa fisiológica para a falta de controle, ou um psicólogo que avaliará as causas, tratará os problemas emocionais da criança e orientará os pais sobre a melhor maneira de proceder.


sábado, 5 de outubro de 2013

Mãe, choveu na minha cama!


Em casa onde as crianças ainda fazem xixi na cama, a rotina vira um transtorno para toda a família: lavar lençóis e pijama, secar o colchão... Porém, a maior prejudicada é sempre a criança, que sente vergonha cada vez que isso acontece e pode deixar de participar de atividades corriqueiras a outras crianças de sua idade, como dormir na casa de uma amiguinha, viajar ou trazer amigos para passarem a noite em sua casa.

O “xixi na cama” é denominado “enurese noturna” e refere-se à micção involuntária numa idade em que o controle da urina já deveria ter sido estabelecido.

Em geral, a criança começa a controlar os esfincteres no segundo ano de vida, controle este que deve estar completo até os quatro anos. A partir dessa idade o xixi na cama já não é mais esperado e deve ser tratado.

As causas da enurese variam. Primeiro deve ser verificada, com o pediatra, a possibilidade de um transtorno de ordem física, como infecção urinária, disfunção hormonal, diabete, entre outros.
Descartada essa hipótese a causa é, como na maioria dos casos, emocional.

O xixi na cama costuma ser indício de que alguma coisa não vai bem com a criança. Situações estressantes como o nascimento de um irmãozinho, separação dos pais, morte de uma pessoa querida, brigas na família ou dificuldades na escola podem desencadear a enurese. Muitas vezes a criança já tinha adquirido o controle da urina, mas regride e volta a “molhar a cama”.

Em qualquer caso no entanto, somam-se problemas emocionais secundários, ou seja, frequentemente a criança é punida por não conseguir controlar o xixi e humilhada pelos pais ou por outras crianças, o que causa sentimentos de inferioridade, insegurança e frustração.

Para driblar a “torneirinha”  da criança e evitar que um simples xixi na cama evolua para um problema na auto-estima, os pais podem seguir algumas orientações.

Primeiramente, é bom lembrar que, como foi dito antes, o xixi na cama é involuntário, ou seja, a criança não faz xixi porque quer. Portanto, humilhações e cobranças só agravam o problema.

Coloque-se no lugar de seu filho para imaginar como ele se sentiria caso você tocasse no assunto nas festinhas de aniversário ou nos almoços em família.
Ao contrário disso, tente aliviar a culpa do pequeno, deixando claro que ele não é o único com este problema e que, com o tempo, você acredita que ele conseguirá solucionar.

Atitudes práticas como reduzir a quantidade de líquido dada à criança à noite e ensiná-la a segurar o xixi durante o dia, podem ser úteis. E quando ela molhar a cama, deixe os xingos de lado, mas peça ajuda para lavar as roupas molhadas.

Por último lembre de reforçar as pequenas vitórias, valorizando e elogiando cada dia que ela acordar com a cama seca.


Em alguns casos, os pais podem não conseguir resolver o problema sozinhos. Aí é a hora de procurar um psicólogo que avaliará as causas da enurese, tratará os problemas emocionais da criança e orientará os pais sobre a melhor maneira de proceder.

Como tirar a chupeta e a mamadeira das crianças?

Os especialistas são unânimes em ressaltar a importância do aleitamento materno para o bom desenvolvimento físico e emocional das crianças. Já a dupla Chupeta e Mamadeira costuma gerar polêmica.

Alguns defendem a ideia de nunca apresentar a dupla às crianças, já que traz tantos riscos à saúde. Acreditam que o colo acalma mais que a chupeta e que a criança pode passar do seio diretamente para a alimentação sólida. Outros acreditam que esses apetrechos, além de facilitar a vida das mães, não são tão maléficos assim, desde que usados com moderação e até determinada idade.

Acredito que essas discussões não nos levam a lugar algum, então, vamos deixá-las de lado e ir direto aos fatos: a absoluta maioria das crianças entra em contato com a mamadeira, a chupeta ou ambas em algum momento da infância, principalmente porque a cada dia as mães dispõem de menos tempo para se dedicar a elas. Mas e como se livrar da chupeta e da mamadeira?


Chupeta

Durante os primeiros anos de vida, os bebês levam à boca tudo o que encontram pelo caminho. Nada mais natural, pois nessa fase é assim que descobrem a si mesmas e o mundo.

Além disso, a sucção é um reflexo que está presente desde o quinto mês de vida intrauterina e existe, justamente, para que o bebê já "nasça sabendo mamar". E por estar relacionado à nutrição e ao aconchego materno, o ato de sugar é extremamente prazeroso ao bebê.

Por esse motivo pode-se atribuir à chupeta um "efeito calmante". Ela satisfaz a necessidade de sucção e ajuda a tranquilizar o bebê quando ele sente falta da mãe, está cansado ou triste. Somando-se a isso, existe o fato de que, sendo a sucção um reflexo, na ausência da chupeta a criança tende a chupar o dedo, a pontinha do cobertor ou a mãozinha do ursinho de pelúcia, que são hábitos muito menos saudáveis.


No entanto, o ideal é não exagerar no uso da chupeta. Ela não deve ser utilizada como substituta da mãe ou para calar o bebê quando ele chora. É necessário entender os motivos que levam ao choro, afinal, mais do que da chupeta, a criança precisa de aconchego, afeto e segurança.

Vale ainda lembrar dos danos causados pelo uso da chupeta. Após o segundo ano ela pode influenciar negativamente no desenvolvimento da arcada dentária, além de dificultar a articulação das palavras.

Assim, a partir do primeiro aniversário da criança, as mães devem aproveitar as condições favoráveis para essa retirada, afinal, nessa fase ela já começa a se comunicar, se locomover sozinha, e tem outros interesses além da chupeta.

Um cuidado importante é escolher um momento de estabilidade emocional, ou seja, quando a criança não estiver vivendo nenhuma grande mudança na rotina, como a chegada de um irmãozinho ou a primeira ida à escola.

Tirar chupeta e mamadeira ao mesmo tempo também não dá certo. O melhor é começar com aquela que a mãe considerar que a criança sentirá menos falta, e só depois tirar a outra.

Na retirada da chupeta, a primeira modificação deve ser em relação ao comportamento dos pais em não ceder ao impulso de colocá-la na boca da criança logo que ela ameaça chorar.

O melhor é tirar primeiro a chupeta na hora das atividades e deixá-la apenas na hora de dormir ou do descanso, devendo ser retirada gradualmente. À noite também vale a pena substituir a chupeta por um brinquedo macio e aconchegante que faça companhia à criança durante o sono.

Mesmo tomando esses cuidados, é claro que essa mudança não será a mais fácil do mundo. A criança vai chorar, fazer beicinho e pedir incansavelmente pela chupeta. Com o tempo, esses comportamentos tendem a desaparecer e a criança a se acostumar. Caso isso não aconteça, tente reavaliar. Será que o choro e a manha não são sinais de ansiedade, ciúmes ou necessidades de atenção e carinho? Neste caso, procure suprir tais necessidades e, aí sim, certamente essa mudança poderá ser vivenciada tranquila e naturalmente.

Mamadeira

E quanto à mamadeira? Como já foi dito, todos conhecem a importância do aleitamento materno, mas como – infelizmente – hoje em dia as mulheres não têm mais oportunidade de passar o tempo todo com os filhos, nem mesmo quando eles acabaram de nascer, a amamentação tem se tornado cada vez mais escassa, dando espaço à mamadeira.

Além disso, chega um momento, após o sexto mês de vida, que o leite não é mais capaz de suprir todas as carências nutricionais do bebê, que são cada vez maiores devido ao seu ritmo de crescimento.

Esse processo, conhecido como desmame, é bastante lento. Inicia-se com a introdução de outros alimentos na nutrição do bebê e deve acabar lá pelos dois anos, quando ele para definitivamente de mamar, seja no peito ou na mamadeira.

Depois de muito tempo, os especialistas (pediatras e nutricionistas) mudaram as orientações sobre a forma de oferecer os novos alimentos à criança. E aí vão algumas dicas:

- Quando amamentada no peito, mesmo os sucos só são necessários após o sexto mês, salvo orientação médica. Ou seja, até essa idade seu bebê passa bem apenas com o leite.

- As papas não devem ser líquidas, mas pastosas. Depois devem ser apenas amassadas levemente, até que o bebê consiga mastigar alimentos cada vez mais sólidos.

- Oferecer apenas sopas não vale, porque a criança tem que ir conhecendo o sabor diferenciado de cada alimento.

Após a introdução de novos alimentos a criança já não tem necessidade de todas as mamadeiras, então pode-se começar a retirada, que deve ser semelhante à da chupeta, ou seja, gradual e ocorrer num momento em que a criança esteja emocionalmente estável. Isso quer dizer que não dá para tirar a mamadeira no mesmo momento que a chupeta, nem quando a mãe vai voltar a trabalhar, afinal seriam muitas mudanças e perdas ao mesmo tempo.

Como a primeira e a última mamadeira do dia são as mais difíceis de tirar, é mais fácil retirar primeiro as intermediárias.

Tanto para estas como para a primeira e a última, a regra é a mesma: dissociar a alimentação da mamadeira.
Para tornar mais atraente, utilize canecas e copinhos diferentes, e ofereça não apenas leite, mas vitaminas, iogurte ou leite com cereais. E mantenha-se firme: se quiser o delicioso leite com cereal, tem que tomar na caneca.

Acostumar a criança a fazer todas as refeições, inclusive o café da manhã, com a família também é positivo, já que ela terá o modelo de todos alimentando-se adequadamente.

A variedade de alimentos oferecidos também é importante, pois permite que a criança descubra os diversos sabores, cores, texturas, temperaturas e formas dos alimentos, o que se torna extremamente atrativo.

Mostrar à criança as vantagens de estar crescendo, ou seja, deixando a mamadeira e a chupeta e utilizando pratos e copos, alimentando-se com a família, comendo as mesmas coisas gostosas que todos comem, também funciona. Mas é preciso atentar para que o crescimento da criança não seja confundido pelos pais como independência ou menor necessidade de carinho e atenção. É justamente nessa hora que ela precisa da segurança e do carinho dos pais para que mais esta etapa transcorra de maneira saudável tanto para a criança como para seus pais.

http://idmed.terra.com.br/saude-de-a-z/saude-da-crianca-e-do-adolescente/como-tirar-a-chupeta-e-a-mamadeira-das-criancas.html

segunda-feira, 13 de maio de 2013

Depressão infantil

     À princípio parece uma tristeza passageira, mas quando o mau humor da criança se estende e é associado a apatia ou alterações de apetite e sono, os pais começam a desconfiar que estão frente a um problema mais sério.

Porém, sintomas como dor de cabeça, insônia e falta de apetite são facilmente confundidos com distúrbios físicos. Poucos pais se dão conta de que o filho pode estar sofrendo de um mal ainda pouco relacionado à infância: a depressão.

Muitos adultos, devido à falta de informação, acreditam que a criança não tem motivo para ficar deprimida, já que não tem responsabilidades e obrigações. Porém, esta crença é infundada.

Na criança é comum que a depressão seja desencadeada por um fato da vida, como uma separação, perda, luto ou nascimento de um irmão, por exemplo.

Além disso, o fator genético também é importante na determinação da doença. A mãe com depressão pós parto geralmente deprime também o bebê. Nestes casos, não é apenas o fator hereditário que está em jogo. A depressão do bebê decorre também de sua relação com o ambiente familiar e, principalmente, com a mãe. Nesse sentido, se a mãe está deprimida, o vínculo entre ela e o bebê é deficitário, o que pode desencadear o quadro.

A depressão infantil manifesta-se, nos bebês, com choro freqüente, perda de peso, atraso no desenvolvimento, insônia e inexpressividade.

Já nas crianças, os sintomas, além dos citados anteriormente, aparecem na mudança de comportamento, como queda do rendimento escolar, isolamento, desinteresse por atividades das quais a criança gostava, falta de vontade de brincar e diminuição da atenção. Muitas vezes os sintomas também podem ser atípicos, ou seja, ao invés de apatia, a criança demonstra irritabilidade, agressividade, hiperatividade e rebeldia.

A partir do momento que esses sintomas prolongam-se e comprometem as atividade normais, como estudar e brincar, a criança precisa de ajuda.

A depressão não apenas pode deixar marcas, que serão levadas até a vida adulta, como desencadeia sentimentos tão autodepreciativos que podem levar a criança ao suicídio.

Neste sentido, um diagnóstico correto e o tratamento são extremamente importantes.

O tratamento é feito com psicoterapia e orientação familiar e da escola. O uso de medicamentos só é indicado quando o grau de comprometimento da saúde física e mental for alto.

A psicoterapia tem o objetivo de reduzir os sintomas, aliviar o sofrimento, aumentar a capacidade de lidar com os problemas futuros e diminuir a probabilidade de que os episódios depressivos voltem a ocorrer.

Porém, o mais importante é o apoio da família, no sentido de suprir as necessidades da criança de atenção, carinho e amor. Embora seja um processo muitas vezes desgastante para os pais, qualquer esforço vale a pena para fazer uma criança voltar a sorrir!
http://idmed.terra.com.br/saude-de-a-z/saude-da-crianca-e-do-adolescente/depressao-x-crianca-nao-combina-mas-existe.html

terça-feira, 26 de março de 2013

Como lidar com a sexualidade na infância

Seu filho de dois anos acorda e diz: "Olha como meu pipi está grandão". Você passa pelo quarto de sua filha de cinco anos e a surpreende brincando de médico com o amiguinho. Embora esses acontecimentos façam parte da infância, da mesma forma que joelhos arranhados, os pais levam um susto quando suas crianças demonstram, abertamente, sua sexualidade. Muitas vezes a orientação psicológica pode ajudar nessa tarefa.

O maior desejo dos pais é que seus filhos se sintam bem consigo mesmos, que aprendam a expressar afeto, e, no entanto, reprimem as tentativas na busca de informações e prazer. Logo quando a criança começa a falar, ensinamos musiquinhas mostrando onde é a boca, a orelha, já os órgãos genitais são esquecidos, ou inventam-se nomes para eles. Se nariz é nariz, por que vagina é "xoxota"? Fica parecendo que esses nomes são feios, proibidos.
 
De acordo com a psicóloga Érika Vendramini, esse comportamento aumenta, ainda mais, a curiosidade sobre o seu corpo e o corpo do outro.
 
Como essa curiosidade é muito grande, devido ao fato da criança começar a perceber as diferenças entre seu sexo e o sexo oposto, é natural que ela comece e encher os pais de perguntas e queira conhecer melhor tanto o próprio corpo quanto o do outro. "Digo que essa atitude é natural, pois tanto as perguntas como as brincadeiras (de médico ou papai e mamãe) e as carícias que a criança faz em si mesma são totalmente desprovidas de perversão, existe apenas o sentido de curiosidade e prazer", diz ela.
 
Assim, é importante que as respostas às perguntas das crianças sejam dadas de forma tranquila, para que elas aprendam os comportamentos adequados, mas não se inibam, pois isso poderia resultar na procura de outras fontes de informação e prazer (nem sempre adequadas). Mas a psicóloga alerta que os pais devem responder apenas aquilo que a criança perguntou, pois, quando ela tiver condições de entender melhor, perguntará mais e mais. "Devemos nos questionar sobre como conviver com o conhecimento de que as crianças também se expressam sexualmente, e lembrar que é nossa responsabilidade que elas se tornem adultos sexualmente sadios, sem problemas ou disfunções sexuais, causados pela dificuldade dos adultos de lidar com esse fato", finaliza Érika.http://idmed.terra.com.br/saude-de-a-z/saude-da-crianca-e-do-adolescente/saiba-como-lidar-com-a-sexualidade-na-infancia.html

quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Como lidar com o ciúme do filho pequeno ao engravidar

A gravidez para um casal é sempre um momento mágico, de muita alegria, mas, se o casal tem um filho pequeno, isso pode causar ciúmes e desconforto para o menor. Para lidar com isso da melhor maneira possível, a psicóloga Erika Vendramini aconselha a contar para o filho assim que souber da gravidez, para que o filho mais velho tenha tempo para assimilar e acostumar-se com a ideia de ter um irmãozinho. Além disso, a criança vai ficar segura por perceber que os pais não guardam segredos, e que ela está incluída em todos os planos da família. "Uma boa forma de contar é dizer que a família vai aumentar e que todos estão felizes com isso", explica a psicóloga.
Outro conselho é "apresentar" o bebê à criança mais velha desde o útero, mostrando desenhos adequados à idade dela sobre o desenvolvimento do bebê mês a mês, até o nascimento, mostrar o ultrassom e levá-la junto para que ela ouça o coração do bebê, além de explicar as mudanças físicas pelas quais a mamãe irá passar, como o crescimento da barriga e o cansaço. Explicar também como é a rotina de um bebê e os cuidados que ele exige também é fundamental, evitando comentários como "Você terá um amiguinho para brincar!", para que ela não se frustre com o tempo que terá que esperar até que isso realmente aconteça.
A psicóloga aconselha também que qualquer alteração na rotina da criança, como retirada de fraldas ou mamadeira, ida para a escolinha, troca do berço para a cama, entre outras, deve ser feita antes do nascimento ou bem depois, para que ela não associe as "perdas" com a chegada do irmão, que já é uma mudança grande na vida da criança. "Se eles tiverem que dormir no mesmo quarto, pode-se explicar que o bebê terá as mesmas necessidades que ela, como roupas, alimentação e lugar para dormir, por isso ela precisará dividir o quarto com o irmãozinho", diz Erika.
Para que ela não fique enciumada, lembre-se de não transformar o quarto dela num "quarto de bebê", mas sim num quarto adequado para crianças de ambas as idades, mantendo as coisas das quais ela precisa, acrescentando os objetos de necessidade do bebê e transformando o quarto num lugar ainda mais interessante para ela, seja com uma decoração escolhida por ela ou um móvel só dela, como uma escrivaninha, por exemplo.
Mas é claro que, mesmo tomando todos esses cuidados, o ciúme vai aparecer! No entanto, ele não é de todo mau. É nessa convivência com o outro, dividindo o espaço e a atenção, que a criança aprende a viver em sociedade e se desenvolve emocional e socialmente. Para que a criança não se sinta excluída, pode-se pedir que ela seja paciente quando te chamar enquanto você está ocupada, garantindo que dará atenção a ela depois. E realmente fazê-lo, separando um tempinho só pra ela, seja para ler um livro, brincar ou pegar no colo e dar um pouco de carinho.
Outro fato que pode causar ciúmes no filho mais velho é o fato do bebê ganhar muitos presentes ao nascer, e, nessa questão, o conselho da psicóloga é dar presentes ao mais velho também, explicando que vocês estão comemorando tanto a chegada do bebê como o fato de que agora ele passou para o "posto" de filho mais velho, então merece ser presenteado.
Uma prática comum das mães é deixar o primogênito cuidar do mais novo, acreditando que assim ele possa se sentir importante, deixando o ciúme de lado. Para Erika, essa atitude é válida, porém é necessário que isso seja prazeroso para o mais velho, e não que ele se sinta uma "babá miniatura". Para isso, não peça apenas para que ele pegue a fralda pra você. Permita, por exemplo, que ele lave os pezinhos do irmão na hora do banho, segure-o no colo com sua supervisão ou ajude a colocar uma roupinha, além de deixar que ele mate a curiosidade experimentando o shampoo do bebê ou brincando com uma fralda. E lembre-se de agradecê-lo pela ajuda, sempre!
Elogiar o filho mais velho também é importante, pois eleva a autoestima da criança. Falar que ele é mais esperto, porque sabe falar, andar e brincar, é aconselhável, pois isso potencializa suas qualidades e as vantagens de ser o mais velho, e isso não significa diminuir o mais novo, apenas elogiar tudo o que ele é e faz de bom, como o fato de ser carinhoso, de poder te ajudar, de saber pedir o que quer em vez de chorar, etc. Mostre também para o mais velho atividades que você faz só com ele, como ler um livrinho ou tomar um sorvete. "Quando a criança se sente segura do amor e da atenção dos pais, o ciúme diminui e a aceitação do irmãozinho fica mais natural", diz Erika.
A psicóloga explica que as demonstrações de ciúmes podem variar. Algumas crianças ficam desobedientes e fazem birra, outras se tornam agressivas com os pais ou com o bebê, e outras ainda regridem no comportamento, voltando a fazer xixi na calça ou falando como bebê. Nessa hora o diálogo é a melhor opção. Comece explicando ao seu filho que o que ele está sentindo é ciúme, que esse sentimento é normal e significa que ele está querendo algo que o irmãozinho está recebendo. Explique também que o bebê tem necessidades diferentes das dele, inclusive de tempo e de atenção, mas que ele pode dizer o que está sentindo para que você possa ajudá-lo. Ensine-o a dizer: "Estou com ciúme!" ou "Mamãe, presta atenção em mim!" ou "Me dá um pouco de colo também!", sem ridicularizá-lo nem dizer que esse sentimento é feio, e satisfaça a necessidade dele. Demonstrar interesse pelas necessidades e sentimentos da criança é a melhor maneira de fazer com que ela se sinta amada e respeitada.