domingo, 20 de outubro de 2013

Adeus às fraldas

Toda mãe sonha com o dia em que seu filho aprenderá a usar o vaso sanitário, mas na hora de dizer adeus às fraldas surgem muitas dúvidas: "Será que já está na hora?", "Como devo fazer?", "Existe idade certa?"

Em meio às dúvidas, muitos pais se esquecem de que esse processo é natura le acabam pressionando, fazendo da sua vontade uma necessidade da criança.

Mas esse é um momento em que não dá para apressar o passo. É preciso respeitar a individualidade e o ritmo da criança porque, do contrário, a retirada das fraldas pode ser um sufoco para toda a família, além de trazer problemas mais sérios à criança, como o medo de evacuar, constipação intestinal ou enurese.

Ao nascer, o bebê não tem nenhum controle sobre os esfíncteres (mecanismos que controlam o xixi e o cocô), ele urina e defeca involuntariamente. O controle voluntário só acontece quando ele adquire uma maior maturação neuropsicomotora, a partir dos 2 anos.

Quando a criança já estiver preparada fisicamente, passará a emitir sinais de que já está pronta para começar a se controlar. Ela pode avisar que fez xixi ou pedir para ser trocada. Aí é uma boa hora para começar o treino.

A primeira coisa a ser feita é ensinar a criança a contrair e descontrair os esfíncteres, lembrando que inicialmente ela aprenderá apenas a contrair. Nesta fase é comum que ela fique sentada no vaso sanitário e só evacue quando levantar, porque ela estava fazendo força para segurar e não para evacuar, afinal, ainda não sabe a diferença.

Uma outra habilidade que precisa ser adquirida é a de conhecer e familiarizar-se com as sensações que indicam vontade de fazer xixi e cocô, para que ela consiga perceber a tempo de chegar ao banheiro.

Na ida ao banheiro, algumas dicas costumam funcionar:

- Passar da fralda direto para o vaso é mais indicado do que usar o penico, porque assim a criança não terá que passar por duas mudanças (da fralda para o penico e deste para a privada). No entanto, não esqueça de improvisar um degrau para que ela apoie os pés e use um adaptador de assento para que ela não tenha medo de cair.

- Deixar a torneira da pia aberta ou imitar o barulhinho estimula a vontade de fazer xixi.

- Ver os pais usando o banheiro também é um bom estímulo, além de servir como modelo do que a criança tem que fazer.

- É bom deixar a criança sentada na privada por alguns minutos, então vale conversar ou contar uma história para distraí-la.

- Apontar as vantagens do uso da privada, como livrar-se das fraldas molhadas ou vestir aquela calcinha ou cueca com desenhos, também funciona

Um dado importante a ser lembrado é que a criança começa, primeiramente, a controlar os esfíncteres durante o dia (lá pelo 2º ano), e só depois (até lá pelo 4º ano) à noite. Além disso, é mais fácil começar a controlar o cocô antes do xixi, devido à sua maior regularidade e previsibilidade.

Para o controle anal, o melhor é começar levando a criança ao banheiro sempre vinte minutos após cada refeição, já que nesses horários há uma tendência natural para evacuar, e também no horário em que a criança faz cocô com mais regularidade.

Se nos primeiros dias ela não conseguir, não desanime porque o controle virá com o tempo. E quando ela conseguir, lembre-se de elogiar a conquista, além de manter o horário e a rotina para que o hábito seja fixado.

No caso do vesical, pergunte à criança a cada 3 horas se ela quer fazer xixi. Caso ela diga que "não", não force. Mas se após a resposta negativa ela fizer xixi na calça, passe a levá-la ao banheiro nesses períodos até que ela aprenda a identificar os sinais da vontade.

Treinar a criança, como se fosse uma brincadeira, a interromper o fluxo da urina durante alguns segundos cada vez que for ao banheiro também ajuda que ela aprenda a controlar a micção.

O controle noturno é um pouco mais difícil porque a criança está relaxada, então o xixi "escapa" com facilidade. Para ajudar, ofereça pouco líquido à noite e, antes de deitar, faça com que ela vá ao banheiro.

Se mesmo depois de um tempo ela continuar molhando a cama, vale acordá-la após algumas horas de sono para que ela vá ao banheiro. Com o tempo ela acostuma.

Mesmo com todos esses cuidados, se seu filho não conseguir controlar os esfíncteres, pare para avaliar. Talvez ele não esteja preparado ou você não tenha escolhido o momento apropriado. Neste caso, basta esperar e o controle virá de forma mais natural um pouco mais tarde.

Mas se você concluir que já passou da idade, aí é hora de procurar um pediatra para detectar uma possível causa fisiológica para a falta de controle, ou um psicólogo que avaliará as causas, tratará os problemas emocionais da criança e orientará os pais sobre a melhor maneira de proceder.


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