Domingo de tarde fria e preguiçosa, nada melhor que um filminho água com açúcar
na TV pra continuar em ritmo lento, só esperando a segunda chegar. Ali estava
(assistindo "Imagine eu e você") quando um dos personagens, uma menininha fofa,
surge com essa pergunta: “O que acontece quando uma força irrefreável encontra
um objeto intransponível?”.
Fiquei pensando, não apenas na resposta, mas
em exemplos práticos dessa questão e, claro, meu “sossego dominical”
acabou.
Acredito que cada pessoa seja capaz de imaginar várias situações
em que esse embate ocorra, seja na física, na filosofia, na religião. Eu sou
capaz de ilustrar apenas um: o emocional.
Existiria, afinal, força mais
impossível de conter do que a paixão ou o amor?
Como subjugar algo que
arde, descontrola e enlouquece, ao mesmo tempo que acalma, acalenta e enobrece?
E por que desejar fazê-lo?
Mas há quem ignore, negue ou dissimule suas
paixões. E é aí que surgem os tais objetos intransponíveis.
Não pode
existir amor, paixão, desejo se a pessoa amada coloca limites
intransponíveis.
Para a paixão florescer ela precisa de terreno fértil,
não de muros.
E haverá muro maior do que o medo de amar, de ser amado, de
viver uma paixão avassaladora?
Amor e medo, entrega e contenção, não
podem existir juntos, não há espaço. Um arrebata, outro freia.
Aí
voltamos à questão: o que acontece quando uma força irrefreável encontra um
objeto intransponível?
Pra mim a resposta é única: NADA!
Assim, deixo os limites intransponíveis pra quem gosta deles. E sigo meu caminho
amando, porque como bem disse Vinícius de Moraes, “a vida só se dá pra quem se
deu, pra quem amou, pra quem chorou, pra quem sofreu”. Eu quero amar e viver...
“irrefreavelmente”.
(Texto escrito em 20/09/2010 e publicado no meu blog da época: euacreditoemfadasacreditoacredito.blogspot.com)
Eu achei fantástico o seu texto.
ResponderExcluir:)