quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Eu me mordo de ciúme

“Eu quero levar uma vida moderninha, deixar minha menininha sair sozinha, não ser machista e não bancar o possessivo, ser mais seguro e não ser tão impulsivo. Mas eu me mordo de ciúme...”

Assim como nesta música do Ultraje a Rigor, o ciúme sempre inspirou obras literárias, o cinema e a arte em geral. E sempre motivou tanto tragédias clássicas quanto cotidianas, nas quais se mata por ciúme, um sentimento louco, paranóico, perigoso e insuportável.

É claro que existe um outro tipo de ciúme, incômodo, mas suportável, aceitável. É o sentimento que atinge todas as pessoas, em todas as circunstâncias (ciúme do irmão mais novo, do namorado, da amiga).

Esse tipo de ciúme é imprescindível, por exemplo, num relacionamento amoroso, pois traz um sentimento de valorização própria e do parceiro, renova e conduz a um exame da relação.

O grande problema é que o ciúme sempre surge acompanhado de uma gama de sentimentos desagradáveis, como: insegurança, inveja, ameaça, medo e raiva. Ou seja, mesmo que seja “inofensivo”, a pessoa tem que aprender a lidar com ele e não se deixar consumir pela insegurança.

Uma relação na qual se desconfia de tudo o tempo todo não sobrevive, por um lado porque a insegurança e o medo da perda causam sofrimento e reduzem a auto – estima, o amor próprio, e por outro, porque não há quem suporte possessividade, cobranças e acusações infundadas por muito tempo.

A maior dificuldade é distinguir os dois tipos de ciúme (o normal do patológico) e saber controlá-los. Ele se torna patológico quando restringe a vida do casal, com situações em que se tenta controlar para quem o outro olha, com quem fala ou em que proíbe de sair de casa. Nesse sentido, é nocivo e causa prejuízos emocionais, da auto – estima e na vida social.

Embora o medo da traição seja a base do ciúme, numa pesquisa americana realizada em 37 países, constatou-se que as mulheres têm muito mais medo que seu parceiro envolva-se emocionalmente com outra mulher, enquanto que os homens temem a traição puramente sexual, ou seja, que sua parceira encontre mais prazer na cama de outro homem.

Independentemente do motivo, o ciúme é um sentimento universal, comum a todas as pessoas. A diferença é a forma como dão vazão a essa angústia, como lidam com tal sentimento. Isso é o que determina a maturidade afetiva e a estabilidade emocional de cada um. E quando a pessoa passa a não conseguir controlar esses sentimentos e atitudes, a melhor solução é procurar o auxílio de um psicólogo.

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