quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Tenho um filho adolescente

   Até lá pelos 11 anos, você, pai ou mãe, foi um pouco herói, ídolo dos filhos. Eles mostravam que gostavam da sua companhia, admiravam seu jeito de ser. Pai e filho eram “amigões”, mãe e filha, “confidentes”.

De repente tudo começa a mudar. Surgem o mau-humor constante, as respostas grosseiras, as contestações, os bate-bocas sem propósito. Tudo o que você fala ou faz é desaprovado, criticado.

É fácil entender o quanto a adolescência é difícil para os jovens, frente a tantas modificações físicas, intelectuais, afetivas e sociais. Mas também o é para os pais, que além de sentirem-se ignorados, agredidos, se perguntam: Como lidar com essa fase, com o problema da violência, das drogas, das agressões, dos medos, da sexualidade exacerbada, da independência?

Embora delicada, essa fase passa. Isso é que é o bom: saber que, com o tempo, passa.

Uma das coisas mais complicadas é entender e aceitar o processo de crescimento e independência dos filhos.

Você acostumou-se com o olhar de carinho e confiança de seu filho dizendo: “Minha mãe que disse”, o que era suficiente para ser considerado “verdade absoluta”. Ele acostumou-se com alguém que acariciou, consolou, cuidou, contou histórias, brincou, protegeu. Por isso esse rompimento é tão difícil.

Ser pai de adolescente é saber “tirar o time de campo” na hora certa. É aprender a compreender, apoiar, dialogar, sem acobertar, superproteger.

Desde que os filhos não estejam fazendo nada que seja realmente prejudicial, o que os pais precisam é apenas entender que os filhos cresceram e aceitá-los como pessoas diferenciadas, muitas vezes totalmente diferentes do que almejaram os pais.

Como disse Kallil Gibran, “Teus filhos não são teus filhos, são filhos e filhas da vida, anelando a si própria. Embora estejam contigo, a ti não pertencem.”

Mas se vocês, pais, tiverem desenvolvido conceitos de dignidade, honestidade, respeito a si mesmo e aos outros, certamente essa fase transcorrerá com mais facilidade e sua maior tarefa terá sido cumprida: a de educar e preparar seu filho para o futuro, para a vida.

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